Compositor: Charles Baudelaire
Branca menina de cabelos ruivos,
Cujo vestido por buracos
Deixa ver a pobreza
E a beleza
Para mim poeta franzino,
Teu jovem corpo doentio,
Cheio de sardas,
À sua doçura
Você tem mais galância
Que uma rainha de romance
Seus sapatos de veludo
Teus tamancos pesados
Em vez de um trapo muito curto,
Um vestido de corte soberbo
Uma cauda plissada barulhenta e longa
Sobre teus calcanhares;
No lugar de meias esburacadas
Para os olhos devassos
Sobre tua perna um punhal de ouro
Ainda reluz;
Que através dos nós de males presos
Revelam por nossos pecados
Teus dois belos seios radiosos
Como olhos;
Que para te despir
Teus braços oram
E caçam à golpes rebeldes
Dedos combatendo
Pérolas da melhor água
Soneto de mestre belo
Para teus galantes coloquei a ferros
Sem cessar oferta;
Criada de rimas
Você dedica seus frutos
Comtemplando teu sapato
Debaixo da escada,
Muitas páginas de amor ao acaso
Muitos senhores e muitos ronsardes
Espiam pelas deduções
Ruduzem os custos!
Você contará em suas camas
Mais beijos do que lis
E arrumará de baixo de suas leis
Mais de um valor
No entanto você vai emporcalhar
Algumas sucatas velhas de estátuas de mortos
No começo de alguns caminhos
De cruzamentos
Você vai invenjando os inferiores
De jóias de vinte e nove sub
Que eu não pude, oh ! Perdão !
Te fazer dom
Indo portanto sem outro ornamento
Perfume, pérolas, diamante,
De tua nua magreza,
Ó minha formozura